O Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira, um fundo permanente para socorrer países em dificuldades na Zona do Euro, deve ser usado para entrar no mercado secundário e comprar as dívidas de países como a Espanha e a Itália, que estão sendo obrigados a pagar juros muito altos, afirmou o diretor executivo do Banco Central Europeu para operações internacionais de mercado financeiro, Benoît Couré.
"Estamos no terceiro da crise na Europa, chegando a um ponto onde algumas medidas de curto prazo foram testadas e esgotadas, e questões maiores estão sendo levantadas", declarou Couré em entrevista ao jornal inglês Financial Times.
Na sua opinião, a compra de bônus das dívidas de países como Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha e Itália é um alívio imediato: "Não entendo como os governos, que aceitaram essa intervenção no ano passado, não fazem isso para baixar o custo de rolagem das dívidas. Certamente é um mistério."
A proposta foi sugerida durante a reunião de cúpula do Grupo dos Vinte recém realizada em Los Cabos, no México, pelo primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, mas rejeitada pela primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel.
O fortalecimento do euro em bases permanentes, acrescentou o executivo do BCE, depende de um acordo política para a integração fiscal da Eurozona.
Mais uma vez, a Alemanha vai exigir uma rigorosa disciplina fiscal. Ao comentar a proposta do executivo do BCE, a primeira-ministra Angela Merkel considerou-a uma "discussão teórica". O problema, para economistas keynesianos como o americano Paul Krugman é que a disciplina fiscal deve ser imposta nos momentos de expansão da economia, e não na crise, quando os agentes privados estão receosos ou até mesmo deprimidos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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