A União Europeia não gostou da pressa do Brasil em fechar uma proposta de documento final para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), acusando-o de ser fraco, sem metas nem compromissos definidos. O texto foi aprovado agora há pouco.
Para os europeus e as organizações não governamentais que participam da Rio+20 e da Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro, falta coragem ao Brasil, que estaria adiando decisões importantes ao presidir a esta última etapa das negociações antes da reunião dos chefes de Estado e de governo, marcada para 20 a 22 de junho de 2012.
"Não há metas concretas nem objetivos", reclamou a porta-voz para o meio ambiente da Comissão Europeia, órgão executivo da UE. "A Rio+20 olha mais para o passado do que para o futuro".
A UE quer definir as Metas de Desenvolvimento Sustentável, que devem substituir as Metas de Desenvolvimento do Milênio depois de 2015, com propostas para temas específicos como água, cidades, energia, florestas e oceanos. O Brasil alega que é cedo. Considera melhor iniciar um debate e deixar a definição das metas para os próximos anos. Até setembro de 2014, um comitê intergovernamental apresentaria uma lista de metas.
Os países europeus e africanos defendem a transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente numa agência como a Organização Mundial da Saúde (OMS), com mais recursos e mais poderes. Nesta questão, os Estados Unidos se uniram aos grandes emergentes - Brasil, China e Índia - para impedir inspetores internacionais de fiscalizar práticas destruidoras da natureza.
Também não houve acordo sobre o financiamento da transição para uma economia verde. O Brasil quer criar um Fórum Global de Sustentabilidade, mas os países não querem pagar a conta. Alegam que os grandes emergentes e outros países de renda média precisam contribuir.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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