terça-feira, 19 de junho de 2012

Europa acusa Brasil de aceitar acordo fraco na Rio+20

A União Europeia não gostou da pressa do Brasil em fechar uma proposta de documento final para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), acusando-o de ser fraco, sem metas nem compromissos definidos. O texto foi aprovado agora há pouco.

Para os europeus e as organizações não governamentais que participam da Rio+20 e da Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro, falta coragem ao Brasil, que estaria adiando decisões importantes ao presidir a esta última etapa das negociações antes da reunião dos chefes de Estado e de governo, marcada para 20 a 22 de junho de 2012.

"Não há metas concretas nem objetivos", reclamou a porta-voz para o meio ambiente da Comissão Europeia, órgão executivo da UE. "A Rio+20 olha mais para o passado do que para o futuro".

A UE quer definir as Metas de Desenvolvimento Sustentável, que devem substituir as Metas de Desenvolvimento do Milênio depois de 2015, com propostas para temas específicos como água, cidades, energia, florestas e oceanos. O Brasil alega que é cedo. Considera melhor iniciar um debate e deixar a definição das metas para os próximos anos. Até setembro de 2014, um comitê intergovernamental apresentaria uma lista de metas.

Os países europeus e africanos defendem a transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente numa agência como a Organização Mundial da Saúde (OMS), com mais recursos e mais poderes. Nesta questão, os Estados Unidos se uniram aos grandes emergentes - Brasil, China e Índia - para impedir inspetores internacionais de fiscalizar práticas destruidoras da natureza.

Também não houve acordo sobre o financiamento da transição para uma economia verde. O Brasil quer criar um Fórum Global de Sustentabilidade, mas os países não querem pagar a conta. Alegam que os grandes emergentes e outros países de renda média precisam contribuir.

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