O candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi, lidera a apuração do segundo turno da eleição presidencial no Egito, realizado ontem e hoje, com 57% dos votos válidos, contra 43% para o ex-primeiro-ministro Ahmed Chafik, visto como o candidato do antigo regime, noticiou agora à noite o jornal Al-Ahram.
Na sua apuração própria, a Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico do mundo, fundado em 1928, declarou que apurados 10% dos colégios eleitorais seu candidato tinha 61% contra 39% para Chafik.
Mas o resultado da primeira eleição presidencial mais ou menos democrática da História do Egito foi ofuscado pelo anúncio do Conselho Supremo das Forças Armadas de que está assumindo todos os poderes legislativos depois que o Supremo Tribunal anulou as últimas eleições parlamentares.
O conselho, que assumiu o poder com a queda do ditador Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, só pretende convocar eleições parlamentares depois que o país tiver uma Constituição. Desde a Revolução dos Coronéis derrubou a monarquia, em 1952, sob a liderança de Gamal Abdel Nasser, os militares controlam o Egito. Aparentemente, não tem a intenção de ceder o poder aos civis.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 17 de junho de 2012
Islamita sai na frente mas militares retem poder no Egito
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