Depois de séculos de guerras, invasões estrangeiras, dominação imperial e revoluções, a partir da queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, e do fim do comunismo, os países da Europa Oriental se democratizaram e se aproximaram da União Europeia. A realização da Euro 2012, a copa europeia de seleções, na Polônia e na Ucrânia é um símbolo dessa emancipação.
Além do futebol, nas ruas de cidades tão marcadas pela História e pela Segunda Guerra Mundial como Varsóvia, a capital polonesa, e Kiev, a capital ucraniana, e das outras sedes da Eurocopa, afloram rivalidades históricas e nacionalistas, como nas brigas entre poloneses e russos, há duas semanas.
Nesta quinta-feira, falei um pouco sobre essas histórias no programa Redação SporTV.
A Polônia é hoje o país que mais cresce entre na União Europeia. Driblou a crise de 2008-9. Não caiu em recessão. Cresceu 1,5%, enquanto a UE caía 4,3%. No momento, avança num ritmo de 3,5% ao ano. Ainda tem problemas, mas está definitivamente integrada à Europa moderna, pacífica e civilizada.
À sombra da gigantesca Rússia, a Ucrânia ainda não chegou lá. Teve queda de 7% no produto interno bruto. Há denúncias de favoritismo e corrupção. A ex-primeira-ministra Yulia Timochenko está condenada a sete anos de cadeia por abuso de poder e corrupção. Ninguém acredita que ela seja inocente, mas o processo foi considerado viciado.
Por isso, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, lidera um boicote de líderes europeus à final, a ser realizada em Kiev.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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2 comentários:
Nao duvido nada se a Angela Merkel aparecer para apoiar a Alemanha se ela chegar a final em Kiev.
Bom dia Nelson, queria te elogiar pelo conhecimento sobre a atual situação da Polônia na Europa. A maioria até dos jornalistas ainda têm uma visão muito ultrapassada do país, que como o senhor sabe, é quinta maior economia da UE, com um dos mais altos IDHs do mundo, um dos países com menores impostos e com uma população extremamente bem educada. Não sei se o senhor já teve a oportunidade de visitar a Polônia, mas é realmente um país muito moderno e desenvolvido. É uma pena que a educação brasileira não seja sequer capaz de repassar a nova face do mundo à sua população, fazendo assim com que os brasileiros imaginem Polônia em preto e branco, em uma era socialista que acabou há décadas.
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