Durante uma visita de surpresa ao Afeganistão no primeiro aniversário da morte do líder terrorista Ossama ben Laden, o presidente Barack Obama assinou um acordo com seu colega afegão, Hamid Karzai, abrindo caminho para a retirada americana até 2014 e o fim da guerra mais longa da História dos Estados Unidos.
Sem anúncio prévio para evitar atentados terroristas, Obama chegou no início da noite desta terça-feira à base militar de Bagram. De lá, foi de helicóptero até o palácio presidencial, em Cabul, assinar um acordo de parceria estratégica estabelecendo as bases das relações entre os dois países, noticia o jornal The New York Times.
Em campanha para a reeleição em novembro, o presidente acaba de discursar perante os militares americanos baseados em Cabul, a quem agradeceu pelo desempenho na guerra, afirmando que estão ajudando a garantir a segurança nacional dos EUA.
Daqui a duas horas, Obama faz um pronunciamento para o povo americano da base militar de Bagram.
Ao mesmo tempo em que canta vitória, o presidente negocia com a milícia fundamentalista dos Talebã, revelou um assessor da Casa Branca à revista Foreign Policy.
Em artigo no Financial Times, o jornalista paquistanês Ahmed Rashid alega que os EUA têm uma oportunidade única de negociar a paz com os Talebã que está sendo minada por uma política agressiva dos militares americanos, mais interessados em ganhar posições no terreno.
Na opinião de Rashid, intensificar as operações militares antes da retirada seria repetir o erro da Guerra do Vietnã. Em vez de paz, deixaria uma situação instável e de conflito em que inevitavelmente os países vizinhos começaram a armar grupos aliados, reacendendo a guerra civil que assola o Afeganistão há décadas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário