O presidente Evo Morales decretou hoje a estatização da empresa Transportadora de Electricidad, que pertencia à companhia espanhola Red Eléctrica e mandou o Exército da Bolívia ocupar suas instalações, a exemplo do que tinha feito com a Petrobrás quando nacionalizou o petróleo e o gás, também num 1º de maio, em 2006.
No seu discurso em comemoração ao Dia do Trabalho, Morales justificou a estatização como resultado do baixo investimento da Red Eléctrica e de sua luta para "recuperar os recursos naturais e os serviços básicos".
Em abril, outra companhia espanhola, a Repsol, teve sua participação majoritária na empresa argentina Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF) expropriada pela presidente Cristina Kirchner em nome da "recuperação da soberania energética". Por coincidência, o presidente da Repsol, Antonio Brufau, estava na Bolívia participando da inauguração de instalações para exportar gás para a Argentina.
"Lamentamos a decisão do governo boliviano, baseada em motivos que nos são desconhecidos", declarou o porta-voz da Red Eléctrica, Antonio Prada. "Estas ações vão contra o livre mercado e as leis que devem governar o investimento internacional".
A Red Eléctrica comprou a empresa transmissora de eletricidade na Bolívia em 2002 por cerca de 92 milhões de euros (R$ 230 milhões). Com 2 mil quilômetros de linhas de transmissão, atendia a 85% do mercado. O governo da Espanha tem 20% das ações da companhia, avaliada em 4,45 bilhões de euros (R$ 11,125 bilhões).
Além do gás e do petróleo, Morales tinha estatizado os setores de telecomunicações e de geração de energia; agora, nacionaliza a transmissão de energia elétrica.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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