Apesar de ter recebido mais de US$ 8 bilhões em ajuda direta dos Estados Unidos desde a queda da ditadura de Saddam Hussein em 2003, o Iraque vai contra a política externa americana para o Oriente Médio ao apoiar o Irã, o reconhecimento pela ONU da independência da Palestina e dar ajuda essencial à sobrevivência da ditadura de Bachar Assad na Síria.
Quase sete meses depois do início da revolta popular síria, em 15 de março de 2011, a Turquia e vários países árabes condenaram a repressão violenta responsável por mais de 2,9 mil mortes e reduziram seus laços diplomáticos com o regime de Damasco, mas não o Irã nem o Iraque, observa o jornal The Washington Post.
"Acreditamos que a Síria poderá superar a crise atual através de reformas", afirmou no último dia 30 de setembro o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, na contramão de uma série de declarações de autoridades dos EUA exigindo a renúncia imediata de Assad. Suas palavras reproduziram a proposta feita semanas antes pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, para que "os sírios façam eles mesmo as reformas necessárias".
Maliki também defendeu a independência palestina e o direito do Irã de desenvolver tecnologia nuclear para fins pacíficos, ignorando as posições americanas.
Para David Pollock, analista de Oriente Médio no Departamento de Estado no governo George Walker Bush, "a manutenção do regime de Assad é do maior interesse para o Irã", e "o Irã precisa do Iraque para tentar salvar seu aliado em Damasco".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário