Em apoio aberto à luta para derrubar a ditadura de Bachar Assad, a Turquia está dando proteção ao grupo armado Exército da Síria Livre, revela o jornal The New York Times, permitindo que se refugie em seu território e o use como base para atacar a ditadura síria.
A exemplo dos Estados Unidos e de outros países ocidentais, a Turquia deve impor em breve sanções econômicas à ditadura síria. Essas sanções são consideradas uma ameaça maior ao regime de Assad do que os manifestantes que resistem a uma violenta repressão, com mais de 3 mil mortes nos últimos sete meses e meio.
No plano político, o governo turco, islamita moderado, apoia o Conselho Nacional da Síria, uma aliança de grupos de oposição formada em Istambul.
O Exército da Síria Livre é uma milícia formada por militares que desertaram das Forças Armadas do país por não concordar em atacar a oposição. Ontem, o grupo anunciou ter matado nove militares sírios, inclusive um oficial fardado, durante uma incursão dentro do país.
Seus militantes estão alojados num campo de refugiados na Turquia, perto da fronteira com a Síria. O Ministério do Exterior turco alega que o país está apenas dando ajuda humanitária e não vai impedir os exilados de se manifestar.
"Quando essas pessoas fugiram da Síria, não sabíamos quem eram", alegou porta-voz da chancelaria turca. "Não estava escrito na testa de ninguém 'eu sou um soldado' ou 'eu sou um oposicionista'. Estamos dando residência temporária a essas pessoas por razões humanitárias, e isso vai continuar."
O exército rebelde ainda é muito pequeno para ameaçar o poder de Assad. Mas seu líder, o coronel Riad Asaad, prometeu, em entrevista coletiva organizada pelo governo turco, não dar trégua ao ditador: "Vamos lutar até a queda do regime e construir uma nova era de segurança e estabilidade na Síria. Somos os líderes do povo sírio. Vamos lutar por ele."
Ele pediu armas à sociedade internacional para que, "como um exército, o Exército da Síria Livre possa proteger o povo sírio. Se a comunidade internacional nos der armas, podemos derrubar o regime rapidamente".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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