Os negociadores da União Europeia estão exigindo dos credores da Grécia um desconto de 60% no valor nominal escrito nos títulos, uma posição dura que, na opinião do jornal inglês Financial Times, vai muito além do que foi acertado há três meses, quando bancos, empresas e investidores privados aceitaram ficar com parte do ônus.
A proposta foi apresentada a um comitê de banqueiros internacionais no fim de semana pelo secretário do Tesouro da Itália, Vittorio Grilli, principal negociador das autoridades monetárias da Zona do Euro.
Até agora, era uma exigência de um grupo de países liderado pela Alemanha e Holanda que os investidores privados tenham prejuízo por terem comprado títulos da dívida de um país que não tem como pagar.
Do outro lado, a França, o Banco Central da Europa (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) temem uma grande redução forçada. Um calote organizado pode levar a um aumento de operações de liquidação de obrigações colateralizadas de crédito (credit default swaps, em inglês). Elas funcionam como uma espécie de seguro dos compradores de bônus, causando mais prejuízos a um setor financeiro bastante debilitado.
A França, o BCE e o FMI acabaram cedendo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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