O Reino Unido e os outros 15 países da Comunidade Britânica que tem a rainha Elizabeth II, da Inglaterra, como chefe de Estado decidiram mudar uma regra de sucessão ao trono: as mulheres passarão a ter o mesmo direito que os homens. A linha de sucessão será baseada na ordem cronológica de nascimento dos filhos do casal real.
Até agora, os homens tinham primazia. Assim, o herdeiro de Elizabeth II é seu filho mais velho, o príncipe Charles, seguido por seus dois filhos, os príncipes William e Henry. Depois, vem o príncipe Andrew, embora seja mais moço do que a princesa Anne.
Anne não será beneficiada, mas se o novo casal real, formado pelos príncipes William e Kate Middleton, tiver uma filha primogênita, ela entra na linha sucessória logo atrás do pai.
A mudança acontece quando a rainha está prestes a completar, em 2012, 60 anos de reinado. É o segundo mais longo da História da Inglaterra, atrás apenas de outra mulher, a rainha Vitória (1837-1901).
Com o sucesso de suas rainhas, não havia razão para manter a discriminação. Nem sempre foi assim.
Henrique VIII reinou de 1509 a 1547 e se casou seis vezes com o pretexto de que precisava um filho homem para herdar o trono. Sua terceira mulher, Jane Seymour, lhe deu um filho homem, depois dele se livrar de Catarina de Aragão, o que levou à reforma protestante e foi a semente de guerras religiosas, e de Ana Bolena.
Mas Eduardo VI, nascido em 12 de outubro de 1537, era fraco e doente. Ascendeu ao trono com nove anos e morreu aos 15, em 6 de julho de 1553.
A falta de um príncipe herdeiro levou à guerra civil que Henrique VIII temia, desta vez entre suas duas filhas, a católica Maria I e protestante Elizabeth I. Seu rompimento com a Igreja Católica Apostólica Romana gerou um conflito religioso que causou a Guerra Civil Inglesa (1630-88) e subsiste até hoje na Irlanda do Norte.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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