Em uma manobra que aumenta o risco político da crise das dívidas públicas da Zona do Euro, o primeiro-ministro George Papandreou anunciou hoje que vai submeter a um referendo o acordo que reduz a dívida da Grécia pela metade até 2020.
O acordo saiu na madrugada de quinta-feira, depois de uma longa reunião de cúpula extraordinária da União Europeia. Sob pressão da Alemanha, os credores da Grécia aceitaram uma redução da dívida, em vez do alongamento proposta inicialmente. O país recebeu ainda um novo empréstimo de emergência, no valor de 130 bilhões de euros.
A contrapartida é a necessidade de manter as políticas de cortes de gastos públicos e aumentos de impostos que fizeram de Atenas e outras grandes cidades do país praças de guerra onde manifestantes desempregados, jovens, funcionários públicos e anarquistas enfrentam a polícia numa onda sem fim de greves.
Depois de negociar a redução na dívida, Papandreou tenta virar a opinião a seu favor. É um desafio democrático que vai fazer o mercado financeiro enfrentar um pouco mais de turbulência, não pelo diminuto peso econômico da Grécia, mas por causa das consequências para a união monetária europeia e o processo de integração do continente como um todo.
Se o governo perder, a participação da Grécia na união monetária europeia estaria ameaçada. A alternativa para o país seria abandonar o euro.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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