Duas importantes cidades de maioria sunita do Iraque foram tomadas hoje por extremistas muçulmanos ligados à rede terrorista Al Caeda. O Exército contra-ataca com artilharia pesada.
Em sua "guerra santa", os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, fortalecidos pela guerra civil na Síria, ocuparam Faluja e Ramadi, libertaram os presos, tocaram fogo em delegacias de polícia e ocuparam mesquitas. Pelo menos 35 pessoas foram mortas.
O governo do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, dominado pela maioria xiita, enviou o Exército para tentar controlar a situação nas duas cidades da província de Ambar, um dos principais focos da insurgência sunita que se seguiu à invasão americana para derrubar o ditador Saddam Hussein, em 2003.
Em Faluja, quatro americanos foram mortos e seus cadáveres arrastados pelas ruas em abril de 2004, deflagrando a Primeira Batalha de Faluja, em que os Estados Unidos não conseguiram retomar a cidade mesmo matando cerca de 800 pessoas entre civis e rebeldes, enquanto perderam 27 americanos.
A Segunda Batalha de Faluja, travada de 7 de novembro a 23 de dezembro de 2004, foi o maior combate urbano enfrentado pelos fuzileiros navais dos EUA desde a batalha da cidade de Hué, no Vietnã, em 1968. Mais de 1,1 mil iraquianos e 95 americanos foram mortos.
Mais tarde, uma aliança dos EUA com líderes tribais contrários a Al Caeda levou ao chamado despertar sunita, mas o sectarismo do governo Maliki depois da retirada total dos militares americanos, em 2011, e a guerra civil síria nos últimos anos e nove meses realimentaram o conflito sectário.
A solução de longo prazo é mais democracia e uma melhor divisão do poder entre xiitas, sunitas e curdos. Em curto prazo, o risco é de guerra civil.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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