Pelo menos cinco pessoas morreram no quarto dia seguido de protestos na Ucrânia contra uma nova lei que proíbe manifestações públicas. Quatro homens foram mortos a tiros pela polícia e outro ao cair de um lugar alto.
O presidente Viktor Yanukovitch recebeu um grupo de oposicionistas, mas não há perspectiva de solução rápida da crise. O primeiro-ministro Mikola Azarov acusou a oposição de levar "terroristas" para as manifestações e de "ações criminosas" ao convocar os protestos.
A oposição exige a dissolução do Parlamento e a antecipação da eleição presidencial. O movimento de protesto começou há dois meses, quando o governo ucraniano abandonou negociações de livre comércio com a União Europeia, sob pressão da Rússia. Como depende economicamente, entre outras coisas, do gás russo, a Ucrânia cedeu, mas parte da população ficou inconformada.
Entre a oposição liberal pró-europeia, a sensação é que a Europa poderia ter feito mais política economicamente para atrair a Ucrânia. Como houve apenas críticas diplomáticas, sem a adoção de sanções ou outras medidas práticas de retaliação, só restou à oposição ucraniana ocupar a Praça da Independência, em Kiev. A alternativa é voltar para casa e esperar a eleição presidencial de 2015.
Depois de dois meses, havia uma certa fadiga de manifestações quando o governo aprovou, na semana passada, uma lei proibindo protestos não autorizados, sob pena de multa equivalente a R$ 670. Foi suficiente para a multidão voltar às ruas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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