O Tribunal Especial das Nações Unidas para o Líbano, reunido em Haia, na Holanda, começou a julgar hoje os acusados pelo assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri. Os quatro réus, Salim Jamil Ayash, Mustafá Amine Bradredine, Hussein Hassan Oneissi e Assad Hassan Sabra, são ligados à milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), hoje mais poderosa do que o Exército libanês.
Rafik Hariri era o homem mais rico do Líbano. Teve papel de destaque na reconstrução do país depois da guerra civil de 1975-90. Grande crítico da influência síria e do Hesbolá na política libanesa, foi morto pela explosão de um carro-bomba em Beirute, em 14 de fevereiro de 2005. Outras 21 pessoas morreram e 226 saíram feridas do atentado.
A revolta popular contra o assassinato de Hariri levou à expulsão das forças sírias do Líbano, mas a guerra civil na Síria realimenta o conflito interno. O Exército do Líbano acaba de receber uma ajuda de US$ 5 bilhões da Arábia Saudita, que apoia os rebeldes sírios, para se tornar mais forte do que o Hesbolá, que luta ao lado do ditador sírio, Bachar Assad.
Neste clima de grande tensão no Líbano, Saad Hariri, filho e herdeiro político de Rafik Hariri, declarou: "Queremos justiça e não vingança." O Hesbolá não reconhece a legitimidade do tribunal.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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