As péssimas condições de trabalho nas obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2022 e o desrespeito aos trabalhadores migrantes no Catar causaram a morte de pelo menos 185 nepaleses, afirma hoje o jornal inglês The Guardian. Até a bola rolar, o total de mortos pode superar 4 mil, prevê a Confederação Internacional de Sindicatos.
Como o Nepal é apenas um dos países que forneceu mão de obra barata para o emirado riquíssimo em petróleo, o jornal acredita que o total de mortes seja muito maior. Os nepaleses são cerca de um sexto do milhão de trabalhadores migrantes do Catar. Uma organização nepalesa organiza a repatriação dos corpos e tenta cobrar indenizações.
O Guardian fez a primeira denúncia em setembro de 2013, revelando que 44 trabalhadores haviam morrido entre 4 de junho e 12 de agosto, num regime de trabalho escravo. Mais da metade morreu de ataques cardíacos ao trabalhar no calor escaldante do verão no Oriente Médio. Outros morreram de acidentes de trabalho, acidentes de trânsito e suicídio.
A Copa levou a um ritmo frenético de construções no Catar, num total estimado em mais de meio trilhão de reais.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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