Depois do Brasil, da Índia e da Turquia, o Banco da Reserva da África do Sul aumentou hoje sua taxa básica de juros em meio ponto percentual para 5,5% ao ano. Apesar da medida, a moeda sul-africano, o rand, caiu para 11,37 por dólar, sua menor cotação em cinco anos.
Os países emergentes com inflação e déficit comercial sofrem com a redução do programa de estímulo monetário à economia dos Estados Unidos.
Durante a crise dos últimos cinco anos, o Comitê da Reserva Federal (Fed), o banco central americano, comprou títulos no mercado financeiro para aumentar a quantidade de dólares em circulação. Na prática, imprimiu trilhões de dólares, desvalorizando a moeda dos EUA, com impacto no mundo inteiro porque o dólar é a principal moeda de troca e de reserva de valor.
No último dos chamados programas de alívio quantitativo, que ainda não terminou, o Fed comprava US$ 85 bilhões por mês. Reduziu para US$ 75 bilhões no mês passado. A expectativa é que o Comitê do Mercado Aberto decida anunciar hoje uma segunda redução no montante mensal, desta vez para US$ 65 bilhões.
A economia sul-africana vai mal. Cresceu menos de 2% no ano passado. A expectativa é que o aumento nos juros prejudique o crescimento.
O banco central cortou as taxas de juros pela última vez em julho de 2012 para estimular a economia. Um mês depois, a polícia fuzilou 34 mineiros de platina em greve ao atirar contra manifestantes. Desde então, uma onda de greves atinge o setor.
Na semana passada, dezenas de milhares de mineiros das três maiores mineradoras de platina do mundo entraram em greve. A África do Sul é responsável por 75% da produção mundial.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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