terça-feira, 14 de janeiro de 2014

França corta gastos em 65 bilhões de euros

No pronunciamento inicial da entrevista coletiva concedida hoje, o presidente socialista François Hollande prometeu cortes de gastos públicos de 15 bilhões de euros em 2014 e mais 50 bilhões no triênio 2015-17 para equilibrar as contas do governo da França.

A retomada de um crescimento forte e o desemprego são os maiores desafios do país. Hollande defendeu um "pacto de responsabilidade" com uma série de concessões para o setor privado, inclusive reduções de impostos no valor de 30 bilhões de euros.

"Tenho uma convicção: se a França quiser manter sua influência no mundo, ter peso no destino da Europa, deve imperativamente reencontrar sua força econômica", afirmou o presidente. "Não se trata de mudar de caminho, mas de andar mais depressa, acelerar, aprofundar. A questão não é apenas que a França retome o crescimento, mas que seja o mais vigoroso possível."

Para estimular o investimento privado, Hollande propôs um "pacto de responsabilidade": o governo se propõe a reduzir os encargos sociais das empresas para diminuir o custo do trabalho, aumentar visibilidade das companhias francesas e desregulamentar a economia, "reduzir o número de normas. É preciso reduzir os procedimentos custos e inúteis. Este é um elemento-chave para restaurar a confiança".

Em troca, o presidente da França vai criar um "observatório de contrapartidas", na expectativa de que as empresas façam sua parte para acelerar a quinta maior economia do mundo e segunda da Europa, que nos últimos anos se distanciou da líder Alemanha.

Com o objetivo de manter o equilíbrio entre as duas maiores economias da União Europeia, Hollande defendeu uma "harmonização" dos impostos sobre empresas e regras ambientais na França e na Alemanha, associando-as na "transição energética".

Diante de tantas medidas favoráveis ao setor privado, o presidente francês foi questionado sobre suas convicções socialistas. "Continuo socialista", declarou, admitindo ser social-democrata. "Não fui conquistado pelo liberalismo, muito pelo contrário, porque é o Estado que toma a iniciativa."

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