A nova Constituição do Egito foi aprovada por 98,1% dos eleitores que foram às urnas na terça e na quarta-feira, mas a abstenção foi de 61,4%, anunciou hoje oficialmente a Comissão Nacional Eleitoral.
O referendo constitucional foi a primeira votação popular desde o golpe contra o presidente Mohamed Mursi, em 3 de julho de 2013. Seu movimento político, a Irmandade Muçulmana, colocada na ilegalidade sob acusação de terrorismo, defendeu o boicote, mas a participação foi maior do que no referendo de 2012 sobre a Constituição proposta pelos islamitas, quando não votaram 67% dos eleitores inscritos.
Com a vitória do regime golpista, aumenta a possibilidade de que o comandante supremo das Forças Armadas, general Abdel Fattah al-Sissi, seja candidato na eleição presidencial a ser convocada em breve.
Diante do autoritarismo de Mursi e das manobras da Irmandade para impor um modelo político baseado no direito islâmico, liberais e esquerdistas que derrubaram o ditador Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011, apoiaram a intervenção das Forças Armadas em julho passado. O risco é de volta da ditadura militar.
Desde a queda de Mursi, mais de mil pessoas foram mortas em conflitos com as forças de segurança e milhares foram presas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário