quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Mais de 90% aprovam nova Constituição do Egito

Mais de 90% dos eleitores que foram às urnas ontem e anteontem aprovaram a nova Constituição do Egito proposta pelo regime militar que derrubou, em 3 de julho de 2013, Mohamed Mursi, o primeiro presidente eleito democraticamente da história do país, depois de uma onda de protestos contra medidas autoritárias. O resultado foi anunciado na madrugada de hoje.

A Irmandade Muçulmana, movimento político de Mursi, boicotou o referendo. O Ministério do Interior revelou que 444 pessoas foram presas nos dois dias de referendo. Há notícias de pelo menos 19 mortes.

Com a intensa pressão do governo para garantir que mais da metade dos eleitores participassem, a primeira votação popular desde a queda de Mursi ficou longe de ser democrática. Repórteres de agências de notícias ocidentais tiveram dificuldade para encontrar eleitores que declarassem voto no não.

A votação foi considerada um plebiscito sobre o regime liderado pelo comandante supremo das Forças Armadas, general Abdel Fattah al-Sissi, que pode ser candidato à Presidência do Egito. Nos próximos dias, um decreto deve convocar eleições parlamentares e presidencial.

Além dos islamitas, o regime militar também prendeu vários manifestantes do movimento secularista que derrubou o ditador Hosni Mubarak (1981-2011) em 11 de fevereiro de 2011. Mais de mil pessoas foram mortas em conflitos políticos desde a queda de Mursi, superando as 852 mortes da revolução contra Mubarak.

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