Os Estados Unidos estão pressionando as Nações Unidas a retirar o convite para que o Irã participe da conferência sobre a paz na Síria chamada de Genebra II, que começa nesta quarta-feira na cidade suíça. A alegação americana é que a república islâmica não concordou com um dos princípios básicos da conferência, que é criar um governo de transição na Síria.
Ao fazer o convite ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, reafirmou que esta é uma das prioridades da conferência de paz. Uma visita do ministro do Exterior iraniano ao ditador sírio, Bachar Assad, foi vista como uma confirmação do apoio do regime fundamentalista do Irã.
Em conserva com Ban, o secretário de Estado americano, John Kerry, insistiu que o Irã só deve participar se aceitar publicamente as bases da conferência. A dois dias do início da conferência, a exigência dos EUA a da oposicionista Coalizão Nacional Síria ameaça a própria realização do encontro.
"Não é possível nenhuma solução enquanto Assad não deixar o poder", insistiu Kerry. Em entrevista concedida ontem, o ditador sírio repetiu sua proposta de que a conferência deve se concentrar no "combate ao terrorismo". Na sua opinião, "nenhum processo político é possível enquanto continuar o terrorismo", palavra que ele usa para desqualificar toda e qualquer oposição.
O ultimato dado pela oposição síria aceitável pelo Ocidente se esgota as 17h de hoje, pelo horário de Brasília. Portanto, o Irã tem menos de uma hora para se decidir. A Coalizão Nacional Síria deve anunciar em seguida se participa ou não de Genebra II.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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