Diante de uma nova crise cambial, com inflação em alta, a Argentina anunciou na sexta-feira que a partir de segunda-feira seria permitida a compra de dólares para poupança, depois de dois anos de restrições. Quando a medida entrou em vigor, ontem, foram impostos limites.
Cada argentino pode comprar um máximo de US$ 2 mil, através do sistema bancário, se tiver uma renda bruta mensal de no mínimo US$ 900 ou 7,2 mil pesos argentinos. Quem quiser sacar os dólares imediatamente, tem de pagar 20% de imposto. Se deixar o dinheiro depositado por um ano, não pagará imposto.
Num país como a Argentina, onde o governo já converteu as poupanças em dólares em pesos e estatizou a Previdência Social, ficando com o dinheiro dos fundos de pensão, muita gente prefere guardar sua poupança em dólares debaixo do colchão.
Sob pressão por causa do sigilo bancário, o governo Cristina Kirchner desistiu de divulgar listas de compradores de dólares. A alíquota do imposto sobre uso de cartões de crédito e débito no exterior, que seria reduzida para 20%, foi mantida em 35%.
No primeiro dia, houve 242 operações, num total de US$ 114 mil dólares. Ao todo, foram aceitos 121 mil pedidos, no total de US$ 59 milhões. Cerca de 42 mil foram rejeitados. A principal causa foi renda insuficiente, noticiou o jornal argentino Clarín.
No câmbio oficial, o dólar chegou a 8,50 pesos argentinos. Com intervenção do banco central, recuou para 7,72 pesos para grande negócios. No mercado paralelo, o dólar foi vendido a 12,50 pesos, depois de chegar a 13 pesos na semana passada.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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