Três dos sete ministros do Tribunal Supremo da Espanha encarregados de processar o juiz Baltasar Garzón por investigar os crimes da ditadura do generalíssimo Francisco Franco votaram ontem pela anulação e arquivamento do caso. Outros quatro dediciram que o julgamento é legal.
Garzón ficou famoso por mandar prender o ex-ditador chileno Augusto Pinochet em 1998 e por investigar os crimes das ditaduras militares da Argentina e do Chile. Foi denunciado por violar a lei de anistia aprovada pela Espanha em 1977, durante o processo de democratização do país depois da morte de Franco, em 1975.
A investigação, iniciada em 2008, foi a primeira a examinar os crimes cometidos durante a Guerra Civil Espanhola (1936-39) e nos primeiros anos da ditadura de Franco à luz do direito internacional, observa a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional. São mais de 114 mil casos de desaparecimentos forçados ocorridos entre julho de 1936 a dezembro de 1951.
"Fiz o que acreditei que deveria fazer. Não é uma questão ideológica", declarou o juiz em sua defesa. "Aqui, havia centenas de milhares de vítimas que não tiveram seus direitos respeitados".
Diante do tribunal, grupos de defesa dos direitos humanos manifestaram apoio a Garzón e mostraram fotos de vítimas do franquismo.
Em outros processos, o juiz é acusado de grampear telefones de políticos suspeitos de corrupção e de ter recebido dinheiro de um banco para organizar um encontro acadêmico nos Estados Unidos. Ele nega ter auferido qualquer benefício pessoal derivado desse evento.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário