sexta-feira, 6 de junho de 2008

Zimbábue proíbe campanha da oposição


A polícia do Zimbábue prendeu o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, candidato mais votado no primeiro turno da eleição presidencial, em 29 de março, e favorito para o segundo turno, em 27 de junho, e o proibiu de fazer campanha.

Depois da derrota do presidente Robert Mugabe, o Zimbábue foi vítima de um golpe palaciano. O país estaria sendo governado por uma junta chamada de Comando de Operações Conjuntas. Oficialmente, é presidido por um político veterano, , mas quem manda mesmo é o comandante das Forças Armadas, general Constantine Chiwenga, descrito pelo jornal inglês The Independent como a nova face do poder no Zimbábue (foto).

No mundo inteiro, houve protestos contra a decisão do governo do Zimbábue de suspender toda a ajuda externa, inclusive de alimentos, seja de organizações intergovernamentais como as Nações Unidas, suas agências e a União Européia, seja de organizações não-governamentais, sob o pretexto de que estaria sendo usada para fazer propaganda eleitoral da oposição.

Ao contrário, é Mugabe que está usando a comida como arma de guerra, o que foi duramente criticado durante a Cúpula Mundial sobre a Fome realizada no início da semana em Roma, na Itália, onde o ditador zimbabueano fez uma breve aparição acusando a Grã-Bretanha, antiga potência colonial, de tentar recolonizar o país.

Aos 84 anos, o herói da independência convertido em ditador cruel está velho e alquebrado. Por trás dele, uma junta militar garantiria o apoio. A eleição presidencial foi disputada em 29 de março, mas o resultado oficial só saiu em 2 de maio.

Nesse período, a vitória da oposição foi apurada e anulada. Chegou a haver negociação do regime com Tsvangirai para transferência de poder com a formação de um governo de união nacional. Isto manteria no poder a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Popular (ZANU-PF).

Mas as negociações foram suspensas e houve o golpe de Estado palaciano.

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