Mais uma vez, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, legisla para se proteger dos processos em que é réu por corrupção.
No final da última reunião do Conselho Europeu, na semana que passou, Berlusconi foi obrigado a dizer: "Sou inocente, juro, por meus filhos".
Para se livrar do caso David Mills - um advogado britânico casado com uma ministra do governo Tony Blair que recebeu 500 mil euros de Berlusconi numa conta nas ilhas Bahamas via Suíça e Gibraltrar para depor a seu favor num processo de corrupção -, o primeiro-ministro italiano mudou a lei. Prejudica, assim, 100 mil processos, dando uma ampla anistia, adverte o cientista político Giovanni Sartori em artigo publicado no jornal italiano Corrièrre della Sera.
Berlusconi, depois de mais um mandato como primeiro-ministro, sonha em terminar sua carreira política como presidente da Itália, um posto mais cerimonial, eleito pelo Congresso. Costuma negar legitimidade aos processos contra ele como armações de magistrados de "extrema esquerda".
Ele acusou os magistrados de "subverter a democracia e o sentido do direito de voto dos italianos". Só que o caso David Mills começou no Reino Unido.
Os dois podem pegar de seis a oito anos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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