Com a desistência da oposição, pressionada por uma onda de violência promovida pelo regime, o governo do Zimbábue declarou a vitória do ditador Robert Mugabe na eleição cujo segundo turno será disputado na sexta-feira, 27 de junho.
Oficialmente, o porta-voz Bright Matonga lamenta a ausência do candidato oposicionista, Morgan Tsvangirai, porque a eleição perdeu a legitimidade. Como o líder da oposição não comunicou formalmente, por carta, a retirada de sua candidatura, a Comissão Nacional Eleitoral manteve o segundo turno nesta sexta-feira.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, pediu ao Conselho de Segurança que examine o conflito.
Em entrevista à BBC, um porta-voz do governo afirmou que não havia nada de errado, estava apenas sendo cumprida mais uma etapa do processo constitucional no Zimbábue. Mas a oposição pediu a intervenção da ONU, que tende a passar a bola para a União Africana, já que seria um "problema africano".
A UA por sua vez deve achar melhor uma solução regional, da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral. Mas o presidente da grande potência regional, a África do Sul, Thabo Mbeki, se nega a pressionar com firmeza o regime ditatorial de Mugabe. Prefere uma solução entre os zimbabuanos.
Sem alguma ingerência externa, o regime manterá sua política de terra arrasada.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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