No encerramento da campanha para o referendo constitucional de amanhã, que lhe dá poderes ditatoriais, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou suspender as exportações de petróleo para os Estados Unidos.
"Se o sim ganhar no domingo e a oligarquia venezuelana, fazendo o jogo do império, vier com histórias de fraude", advertiu o caudilho, a venda de petróleo para os EUA será suspensa na segunda-feira.
No seu discurso, Chávez atacou ainda o rei da Espanha e o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, seus mais recentes desafetos, a rede de televisão americana CNN e o presidente George Walker Bush.
"Não estamos, na realidade, enfrentando esses peões do imperialismo", declarou Chávez, falando da oposição venezuelana. "Nosso verdadeira inimigo é o império norte-americano. Vamos dar outro nocaute em Bush".
Para polarizar ainda mais a Venezuela, acusou seus inimigos de traição à pátria: "Quem vota sim, vota em Chávez. Um voto pelo não é um voto para George W. Bush."
Chávez ameaçou ainda estatizar os bancos espanhóis, se o rei Juan Carlos não pedir desculpas por ter lhe mandado calar a boca no encerramento da Cúpula Ibero-Americana, no mês passado.
O caudilho ameaçou ainda cassar a televisão independente Globovisión e expulsar os jornalistas da rede de TV americana CNN: "Se um algum canal de televisão estrangeiro vier para a Venezuela participar de uma operação do imperialismo contra a Venezuela, seus repórteres serão expulsos do país, eles não serão autorizados a trabalhar aqui", advertiu Chávez.
"Pessoal da CNN, ouça bem! Isso é só uma advertência", ameaçou o líder venezuelano.
Segundo as últimas pesquisas, o resultado será apertado.
Se vencer, Chávez terá poderes virtualmente ditatoriais, como reeleição sem limites, controle absoluto sobre o banco central, direito de decretar estado de emergência e suspender a liberdade de imprensa, de criar e extinguir cidades, províncias e departamentos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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