O senador Larry Craig, de 62 anos, preso em junho ao assediar sexualmente um policial no banheiro de um aeroporto nos Estados Unidos, anunciou neste sábado que deixará o cargo em 30 de setembro, depois de perder apoio no seu estado, Idaho, e dentro do Partido Republicano.
Em uma rápida declaração pública, Craig pediu desculpas sem se referir às causas de sua renúncia: "Aos cidadãos de Idaho que represento, a meus funcionários, meus colegas de Senado e, acima de tudo, a minha mulher e minha família, peço desculpas pelo que fiz".
Ele foi preso por um agente vestido à paisana que investigava sua "conduta obscena" num banheiro do Aeroporto Internacional de Mineápolis e Saint Paul. A polícia tinha montado uma operação em resposta a reclamações sobre atividade sexual nos banheiros e Craig teria cantado um agente secreto.
Senador há mais de 16 anos, Craig avisou os líderes republicanos ontem à noite de sua decisão, tomada depois que a direção do partido informou que ele não teria o apoio do partido se insistisse em continuar no cargo e quisesse tentar a reeleição em 2008.
Lá, o peso da opinião pública é irresistível. Aqui, o presidente do Senado, Renan Calheiros, desmoraliza a instituição ao aferrar-se ao cargo, apesar do acúmulo de acusações e indícios contra ele.
Quem revelou que Craig é homossexual foi o ativista do movimento gay e bloqueiro Mike Rogers. Em outubro de 2006, revoltado com a oposição de Craig aos direitos dos gays e lésbicas, e seu apoio a uma emenda constitucional proibindo o casamento homossexual, Rogers revelou ter falado com dois homens que lhe garantiram ter mantido relações sexuais com o senador.
Na época, o gabinete do senador desmentiu as alegações como "totalmente ridículas".
Mas o jornal The Idaho Statesman começou a investigar o assunto e publicou uma reportagem sobre a orientação sexual de Craig desde os anos 60, quando ele estudava na Universidade de Idaho.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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