quinta-feira, 24 de maio de 2007

EUA temem mísseis chineses de longo alcance

Há o risco de uma nova guerra fria no ar. Os Estados Unidos estão preocupados com o desenvolvimento pela China de mísseis intercontinentais baseados em terra ou no mar com capacidade de atingir o território americano, diz um novo relatório que está sendo preparado pelo Departamento da Defesa.

O relatório anual de 2007 do Pentágono sobre o poderio militar chinês vai destacar o desenvolvimento de uma nova classe de submarinos Jin capazes de carregar mísseis nucleares balísticos com mais de 8 mil quilômetros de alcance. Serão cinco ao todo. Um está em testes e pode entrar em operação no próximo ano.

Outra preocupação é com as implicações estratégicas da instalação pela China ainda este ano de mísseis balísticos intercontinentais terrestres móveis DF-31A. Eles também podem atingir os EUA.

Para o secretário da Defesa, Robert Gates, o relatório não exagera a ameaça chinesa: "Pinta um quadro em que um país está dedicando recursos substanciais às Forças Armadas e desenvolvendo algumas capacidades muito sofisticadas".

Os analistas americanos assinalam o fortalecimento da China junto ao Estreito de Taiwan, que o regime comunista considera uma província rebelde, o recente teste chinês com um míssil anti-satélite e o desenvolvimento de tecnologias para impedir acesso ao espaço.

A China acusou relatórios anteriores do Pentágono de fomentar uma nova guerra fria, e insiste sempre em que o orçamento militar chinês é uma fração do americano.

Em 2005, o general Zhu Chenghu disse que a China teria de usar armas nucleares se fosse atacada pelos EUA numa guerra com Taiwan. O governo chinês resistiu. Insiste em que sua política é de não ser o primeiro a usar armas atômicas. Mas os analistas militares acreditam que a China pode desenvolver uma força nuclear mais flexível e muito mais poderosa.

Com seu extraordinário crescimento, a China já é uma superpotência econômica. Tem dinheiro e capacidade tecnológica para se tornar uma superpotência militar, desafiando a supremacia americana.

Uma nova guerra fria depende do grau de hostilidade entre essas superpotências: elas vão cooperar, reforçando a interdependência econômica, ou disputar a supremacia mundial numa nova corrida armamentista.

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