sábado, 31 de agosto de 2019

Venezuela acusa presidente da Colômbia pela volta das FARC

O ministro do Exterior do regime chavista da Venezuela, Jorge Arreaza, declarou ontem que o presidente Iván Duque Márquez tem exclusiva responsabilidade pelo anúncio de três líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) de que pretendem voltar à luta armada.

"É inacreditável que Iván Duque tenha a audácia de tentar atribuir a terceiros países e terceiras pessoas sua exclusiva responsabilidade por desmantelar o processo de paz e não cumprir os compromissos assumidos pelo Estado colombiano", protestou o chanceler da ditadura de Nicolás Maduro.

Em vídeo divulgado há dois dias, o subcomandante e principal negociar das agora desmobilizadas FARC, Iván Márquez, defendeu o retorno à luta armada citando como razão os assassinatos de mais de 500 ativistas de causas sociais e 150 ex-guerrilheiros.

A onda de assassinatos lembra o que aconteceu com a União Patriótica, um partido fundado em 1985 em meio a outro processo de paz que teve 4 mil militantes mortos, inclusive dois candidatos à Presidência da Colômbia.

O presidente colombiano atribuiu a volta da guerrilha ao apoio que os grupos rebeldes, as FARC e o Exército de Libertação Nacional (ELN), recebem do regime chavista: "Nós, colombianos, devemos ser claros. Não estamos vendo o nascimento de um novo movimento guerrilheiro, mas ameaças de um banco de narcoterroristas que aproveitam a hospitalidade da ditadura de Nicolás Maduro."

"Lamentamos profundamente o que está acontecendo na Colômbia... uma espiral de violência de décadas. Não foi a Venezuela que começou. Começou porque a oligarquia colombiana matou Jorge Eliécer Gaitán [em 1948]. Foi como iniciou. O que a Venezuela tem a ver com isso? Nada", afirmou o vice-presidente Diosdado Cabello, o número dois do regime chavista.

A ruptura do acordo de paz foi parcial. O principal líder político das FARC, Rodrigo Londoño, vulgo Timochenko, manteve o compromisso com o acordo de paz firmado em 2016. O ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos, que assinou o acordo, declarou que "ninguém detém o trem da paz."

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