quarta-feira, 7 de agosto de 2019

EUA fazem exigências para fechar novo acordo com o Irã

O secretário de Estado, Mike Pompeo, citou hoje quatro questões fundamentais para que os Estados Unidos façam um novo acordo com a República Islâmica do Irã: proibição de fabricar armas atômicas e de desenvolver tecnologia de mísseis, apoio a milícia e grupos terroristas e mudar o tratamento de cidadãos americanos presos naquele país.

Estas exigências foram delineadas pelo chefe da diplomacia americana em artigo publicado no jornal USA Today. Há enormes obstáculos para negociar tal acordo.

A ditadura teocrática iraniana anunciou na semana passada que seus depósitos de água pesada superaram o limite de 130 toneladas previsto no acordo nuclear assinado em 2015 com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha para congelar seu programa nuclear militar por 10 anos.

Em 8 de maio de 2018, contrariando os relatórios de inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e dos serviços secretos ocidentais, o presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo e impôs duras sanções econômicas para impedir o Irã de exportar petróleo.

Sob pressão da guerra econômica do governo Trump, o produto interno bruto da economia iraniana deve cair 6% neste ano e a inflação está em cerca de 50% ao ano.

Nos últimos meses, o regime dos aiatolás anunciou a intenção de parar de cumprir partes do acordo. Estourou o limite dos estoques de urânio enriquecido imposto pelo acordo (130 kg) e anunciou a intenção de enriquecer urânio a 20%, teor usado em equipamentos de medicina nuclear, um passo para chegar aos 90% necessários para uma bomba atômica, e de reativar o reator de Arak.

Ao mesmo tempo, a Guarda Revolucionária Iraniana passou a atacar navios petroleiros no Golfo Pérsico, por onde passam 20% do petróleo exportado no mundo.

Há dois dias, o Irã deu o prazo de um mês aos países da Europa para resgatarem a economia do país, aliviando as sanções dos EUA. A União Europeia chegou a criar um sistema de pagamentos para não usar o mercado financeiro do dólar, mas as empresas europeias resistem, temendo as sanções cruzadas dos EUA com quem fizer negócios com o Irã.

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