quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Bolsa de Nova York desaba por medo de recessão e dólar sobe no Brasil

O Índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, sofreu hoje a maior queda do ano, de 800,49 pontos (-3,05%), depois que o rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos caiu abaixo do rendimento dos títulos de 2 anos, o que não acontecia desde 2007, num sinal de grande risco de recessão.

Com o recuo de 0,1% do produto interno bruto da Alemanha, quarta maior economia do mundo e quarta da Europa, no segundo trimestre e indicadores decepcionantes também na China, segunda maior economia do mundo, onde o varejo e a indústria cresceram abaixo do previsto, o pessimismo tomou conta dos mercados financeiros. 

Além disso, há US$ 15 trilhões (R$ 60 trilhões) investidos em bônus de dívida pública com rendimento negativo, ou seja, os investidores aceitam perder dinheiro. Aqui no Brasil, a Bolsa de São Paulo chegou a cair abaixo de 100 mil pontos, mas teve uma pequena recuperação e fechou em 100.263 pontos (-2,94%). O dólar chegou a R$ 4,03.

Nos Estados Unidos, o índice amplo S&P perdeu 2,9%, com forte queda de ações do setor de energia. A bolsa eletrônica Nasdaq, de ações do setor de alta tecnologia, caiu pouco mais de 3%.

O presidente Donald Trump culpou o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central americano, e sua política de juros, mas ele é o maior responsável pela crise, com sua guerra comercial com a China.

"Se estivermos ou não indo para a recessão não é um bom sinal", comentou Michael Farr, presidente da companhia de investimentos Farr, Miller & Washington.

Neste clima de incerteza, os investidores só querem aplicar em empresas com balanços sólidos, dinheiro em caixa e sem muitas dívidas. Ou fogem para companhias que não perdem na crise, como a empresa de bens de consumo pessoal Procter & Gamble e a Johnson & Johnson.

A queda nos preços das ações e nos rendimentos dos títulos da dívida pública acabaram com o otimismo gerado pelo adiamento de parte do tarifaço de Trump sobre as importações chinesas e a recente queda nas taxas básicas de juros nos EUA.

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