No pior momento das relações bilaterais em duas décadas, a República Popular da China aumenta os esforços para intimidar Taiwan. Vai proibir o turismo individual à ilha que considera uma província rebelde. As viagens de negócios e o turismo em grupos está autorizado.
Se a proibição for prorrogada até o fim do ano, a expectativa é que menos 700 mil chineses do continente visitem Taiwan. Em 2017, último ano de que há números disponíveis, houve 2,7 milhões de visitas de chineses à ilha.
Em 2015, antes das relações através do Estreito de Taiwan se deteriorarem, foram 4,2 milhões de visitas. O turismo representa 5% do produto interno bruto taiwanês.
O regime comunista chinês também tenta influir no resultado da eleição presidencial de 11 de janeiro de 2020 em favor do histórico partido nacionalista Kuomintang (KMT), que lutou na guerra civil contra o Partido Comunista, mas hoje é mais próximo do governo de Beijim do que o Partido Democrático Progressista (PDP), da presidente Tsai Ing-wen.
Enquanto o PDP flerta com a independência, o KMT adota a política dos três nãos: não à guerra, não à independência e não à unificação.
A pressão aumenta com a anunciada venda de US$ 2 bilhões em armas dos Estados Unidos para Taiwan. Navios de guerra americanos têm passado pelo Estreito de Taiwan, que separa a China e a ilha a uma distância de 100 quilômetros.
Taiwan autorizou visitas de grupos da China continental em 2008 e viagens individuais em 2011, inicialmente de três cidades e hoje de 47 cidades chinesas. A China é hoje o país que mais envia turistas ao exterior. Em 2017, foram 130 milhões.
O governo passou a usar o turismo como arma contra a Coreia do Sul e Taiwan, sem grandes resultados. Em 2016, a China restringiu viagens de grupos, mas não conseguiu impedir a vitória de Tsai Ing-wen.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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