A Força Aérea de Israel atacou sábado à noite uma base militar na cidade de Acrabá, próxima a Damasco, a capital da Síria, sob o pretexto de impedir um bombardeio de drones que estaria sendo preparado pela Força Quods, braço da Guarda Revolucionária Iraniana para ações no exterior, informaram as Forças de Defesa de Israel (FDI).
Os alvos foram a Força Quods e milícias xiitas financiadas, armadas e treinadas pelo Irã que estariam preparando o ataque com aeronaves não tripuladas. Dias atrás, Israel fez um bombardeio semelhante contra milícias xiitas no Iraque.
"As FDI, com aviões, foram capazes de frustrar uma tentativa iraniana da Força Quods para lançar um ataque em alvos israelenses no Norte de Israel usando drones", declarou o porta-voz militar Jonathan Conricus.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descreveu o bombardeio como "um grande esforço operacional". E acrescentou: "O Irã não tem imunidade em lugar nenhum. Nossas forças estão operando em todas as arenas contra a agressividade iraniana. Se alguém se levanta para te matar, mate-o primeiro", disse Netanyahu citando o Talmud, um livro sagrado do judaísmo.
Depois do bombardeio, várias unidades de inteligência militar, esquadrões aéreos e centros de defesa antiaérea entraram em prontidão. Mais baterias antiaéreas foram levadas para o Norte de Israel. Os prefeitos da região foram advertidos para o risco de uma retaliação iraniana.
O porta-voz militar israelense revelou que o serviço secreto acompanha há meses a preparação de ataques: "Era um plano significativo, com capacidades significativas. Não era algo preparado em baixo nível, mas da cúpula da Força Quods."
Israel esperava um ataque iminente e resolveu bombardear antes. Fez o anúncio, o que não costuma fazer, minutos depois que a televisão síria noticiou que a defesa antiaérea fora acionada e neutralizou o ataque "imediata e eficientemente".
Vários mísseis israelenses atingiram posições mantidas por forças estrangeiras, constatou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental que monitora a guerra civil na Síria.
No primeiro momento, não houve informações sobre vítimas. O Irã não comentou.
De surpresa, o ministro do Exterior iraniano, Mohamed Javad Zarif, chegou hoje a Biarritz, na França, onde se realiza a reunião de cúpula do Grupo dos Sete, formado por sete grandes potências industriais democráticas: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá. Os países europeus tentam salvar o acordo nuclear de que os EUA saíram no ano passado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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