1. Três adolescentes israelenses foram sequestrados e mortos
em junho de 2014 na Cisjordânia ocupada por terroristas palestinos.
2. Por vingança, um adolescente palestino foi sequestrado e queimado vivo
por colonos no setor oriental (árabe) de Jerusalém, progressivamente colonizado
por Israel na política de tornar a ocupação um fato consumado e irreversível.
3. O governo linha-dura de Israel acusou coletivamente o
Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) sem apresentar provas concretas, alegando que o grupo aplaudiu os assassinatos. Punição coletiva é crime previsto no
direito internacional. Os nomes de dois militantes foram citados como
responsáveis. Mais de 500 membros do Hamas foram presos. Na minha visão, é
evidente que o primeiro-ministro Netanyahu aproveitou o sequestro para atacar o
Hamas, bombardear o acordo de reconciliação nacional entre a Fatah e o Hamas, e
assim minar o processo de paz mediado pelos EUA, que ainda me parece a melhor
solução para o fim do conflito, com a criação de um Estado nacional palestino convivendo pacificamente com Israel.
4. Sem outra arma para atingir Israel, o Hamas e aliados
começaram a lançar foguetes de Gaza no início de julho. É óbvio que Israel tem o direito de se
defender, mas essa estratégia de defesa em que a cada dois anos ou quatro anos Israel invade
Gaza e massacra a população local evidentemente não funciona. Não garante a
segurança de Israel a longo prazo. Mas o governo Benjamin Netanyahu não vê os palestinos
como uma ameaça à existência de Israel. Afinal, eles não têm Estado nacional,
Exército, Forças Armadas etc. Sua obsessão é com o programa nuclear do Irã. Tem
razão ao temer a bomba iraniana, mas a paz com os palestinos tiraria um importante instrumento de
propaganda dos terroristas interessados em destruir Israel.
5. Assim, parece evidente que este governo de
Israel não quer a paz com os palestinos. Dois importantes ministros e líderes
de partidos de extrema direita, o chanceler Avigdor Lieberman (Israel Nossa Casa) e o ministro da economia,
Natali Bennett (Casa Judaica) defendem abertamente a reocupação de Gaza, que incorporaria mais
1,8 milhões de árabes à população israelense. Em futuro breve, os judeus seriam
minoria em Israel.
6. Placar atual da mortandade: 545 palestinos e 27
israelenses mortos.
7. O risco para Israel, numa região em que proliferam grupos
jihadistas como o Estado Islâmico, Jihad Islâmica e a Frente al-Nusra, é que a destruição do Hamas crie um vácuo
político no movimento fundamentalista capaz de ser ocupado por jihadistas aliados da rede terrorista Al Caeda ainda
mais radicais. A Jordânia já pediu ajuda militar a Israel, caso seja atacada
pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Dá para imaginar o Exército de Israel lutando ao lado de
um Exército árabe contra extremistas muçulmanos? Se isso realmente acontecer
algum dia, será melhor para Israel ter feito a paz com os palestinos antes.
8. O conflito foi sequestrado por extremistas dos dois lados sem interesse na paz. A atual guerra é um exemplo disso. Dois sequestros bárbaros e cruéis evoluíram para uma confrontação muito maior.
8. O conflito foi sequestrado por extremistas dos dois lados sem interesse na paz. A atual guerra é um exemplo disso. Dois sequestros bárbaros e cruéis evoluíram para uma confrontação muito maior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário