Um assessor do Ministério do Interior da Ucrânia, Anton Herachenko, afirmou que o Boeing 777 da companhia aérea Malaysia Airlines que desapareceu hoje perto da fronteira com a Rússia "foi abatido" pelos rebeldes apoiados pelo Kremlin.
O avião teria sido atingido por um míssil terra-ar Buk 9K37, parte de um sofisticado sistema de defesa antiaéreo cedido aos rebeldes pela Rússia, acrescentou o assessor ministerial, enquanto o líder rebelde Alexander Borodai acusava o governo ucraniano.
A aeronave caiu numa região dominada pelos rebeldes, que recuperaram a caixa-preta com as gravações de bordo e prometeram entregá-la ao governo da Rússia para análise.
Na Malásia, o primeiro-ministro Najib Razak declarou estar "em choque com a notícia". O voo MH17, Amsterdã-Kuala Lumpur, levava 283 passageiros e 15 tripulantes quando caiu em Chakhtiansk, na Ucrânia, a 50 km da fronteira com a Rússia. A maioria (189) era de holandeses.
Horas antes, o Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia acusou hoje a Rússia de derrubar um avião militar ucraniano Sukhoi-25. Os rebeldes advertiram aviões comerciais e não cruzar o espaço aéreo da região conflagrada.
Em 1º de setembro de 1983, no auge da chamada Segunda Guerra Fria, quando os Estados Unidos estavam prestes a instalar mísseis nucleares de curto e médio alcances na Europa, a União Soviética abateu um Boeing 747 da companhia aérea sul-coreana Korean Air supostamente confundido com um avião-espião. Todas as 269 pessoas a bordo morreram, inclusive um deputado federal americano.
Em 3 de julho de 1988, um mês antes do fim da guerra entre Irã e Iraque, navios de guerra dos EUA estacionados no Golfo Pérsico derrubaram um Airbus 300 da companhia aérea Iran Air matando todas as 290 pessoas a bordo. O atentado contra o Jumbo da empresa PanAm que matou 270 pessoas em Lockerbie, na Escócia, em 21 de dezembro daquele ano, teria sido uma retaliação iraniana.
Há quatro meses, em 8 de março de 2014, um Boeing 777 com 239 pessoas a bordo desapareceu quando fazia a rota Kuala Lumpur-Beijim sem deixar sinal. Até hoje, não foi encontrado. Suspeita-se que tenha sido desviado por alguém da tripulação para o Oceano Índico, onde teria afundado em local indeterminado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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