Com base em gravações supostamente interceptadas pelos seus serviços secretos, a Ucrânia acusa um grupo rebelde que luta para anexar o Leste do país à Federação Russa baseado na vila de Chernukhino, na província de Luhansk, de disparar o míssil terra-ar que derrubou um Boeing 777 da Malaysia Airlines com 298 pessoas a bordo.
Chernukhino fica a menos de 20 quilômetros do local da tragédia, em território controlado pelos rebeldes, que anunciaram ter recolhido a caixa-preta com o registro das comunicações de bordo, prometendo enviá-la a Moscou para análise.
O telefonema foi dado por alguém identificado pela espionagem ucraniana como Igor Bezler, oficial de inteligência da Rússia e um dos principais comandantes da autoproclamada República Popular de Donetsk. Às 16h40 pela hora local, 20 minutos depois da queda do avião, na versão ucraniana, ele ligou para um homem identificado como Vassili Geranin, coronel do serviço de inteligência das Forças Armadas da Rússia, e disse: "Acabamos de derrubar um avião."
Quarenta minutos mais tarde, num segundo telefonema, depois de inspecionar o local, um homem que se apresenta como o Major diz o seguinte: "Aqui são os caras de Chernukhino que derrubaram o avião. Aqueles cossacos baseados em Chernukhino." Em seguida, afirma estar "100% certo de que era um avião de passageiros".
O interlocutor ainda pergunta se não havia armas ou equipamentos militares espalhados pelo são. Não havia. Ao contrário, havia roupas e guias de viagem de quem sai em férias, "medicamentos, toalhas e lenços de papel".
No Brasil, onde participa da reunião de cúpula do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o presidente russo, Vladimir Putin, culpou o governo da Ucrânia pelo incidente, alegando que é o responsável pela guerra civil no Leste do país.
Os Estados Unidos ainda não conseguiram determinar com precisão de onde saiu o míssil para saber se foi de território sob o controle do governo ou dos rebeldes.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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