Diante da recusa do presidente Vladimir Putin de controlar os rebeldes russos da Ucrânia e permitir uma investigação sobre a queda do Boeing 777 da Malaysia Airlines, os Estados Unidos e a União Europeia adotaram hoje sanções muito mais duras contra a Rússia.
Os setores mais atingidos são de finanças, defesa, petróleo e gás. A dúvida é se as sanções serão capazes de mudar a posição do homem-forte do Kremlin ou torná-lo mais fechado ao diálogo, observa o jornal The Wall St. Journal.
Ao fazer o anúncio na Casa Branca, o presidente Barack Obama negou que se trata de uma nova guerra fria: "É uma questão específica relacionada à falta de vontade da Rússia de reconhecer que a Ucrânia pode traçar seu próprio caminho."
O Departamento do Tesourou incluiu mais três bancos estatais russos na lista de instituições financeiras que terão acesso limitado aos mercados de capitais em dólar: Hit VTB, Banco de Moscou e Banco Agrícola da Rússia. Assim, cinco dos seis grandes bancos russos estão submetidos a sanções dos EUA.
A indústria bélica United Shipbuilding Corporation teve os ativos bloqueados e foi proibida a exportação de "equipamento para a prospecção e a exploração de petróleo".
Horas antes, a UE anunciara sanções aos setores de defesa, petróleo e alta tecnologia. Os europeus vinham relutando por causa do impacto sobre a economia do continente, que ainda não se recuperou plenamente da crise. Agora, 23 empresas e 95 indivíduos são alvos das sanções europeias.
A Rússia fornece um terço do gás consumido pela UE. O Reino Unido temia perder o capital russo que se abriga no centro financeiro de Londres. E a França, que vendeu dois porta-helicópteros à Rússia, nas palavras do presidente François Hollande, vai "entregar o primeiro e aguardar o comportamento da Rússia".
O governo russo reagiu limitando as exportações de frutas e outros produtos para a UE.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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