Sob pressão da violência causada pela guerra do tráfico de drogas, há uma fuga em massa de crianças da América Central para os Estados Unidos. É o maior fluxo migratório para o país desde que cerca de 120 mil pessoas deixaram Porto Mariel de barco em 1980.
Desde outubro de 2013, mais de 52 mil menores foram detidos pelas autoridades de imigração dos EUA. É o dobro do ano passado inteiro e 10 vezes mais do que em 2009. O presidente Barack Obama pediu ao Congresso uma verba extra de US$ 4 bilhões para enfrentar o problema.
Os EUA tentam desestimular os centro-americanos a enviar seus filhos para o país na expectativa de serem aceitos como imigrantes, mas um estudo das Nações Unidas aponta que 58% fogem da violência causada pela guerra das drogas e das gangues participantes do conflito. Não são migrantes econômicos. São refugiados da guerra contra as drogas apoiada pelos EUA no México e na América Central.
De acordo com as autoridades de imigração americanas, "as crianças hondurenhas e salvadorenhas vêm de regiões extremamente violentas onde provavelmente consideravam o risco de viajar sozinhas para os EUA menor do que o de ficar em casa".
No caso de imigrantes ilegais menores do México, os EUA adotam uma política de repatriação automática. Desde 2008, com base na Lei de Proteção das Vítimas do Tráfico de Pessoas, as crianças da América Central têm direito a uma audiência perante um juiz. Por causa do grande número de casos, os menores podem esperar até três anos. Durante esse período, 90% ficam com parentes ou amigos nos EUA e os outros em centros de atendimento.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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