Depois de ser destituído da Prefeitura de Xunquim em março e de todos os cargos que tinha no Partido Comunista da China em abril, Bo Xilai foi expulso do PC e "terá de enfrentar a Justiça", informou hoje a agência oficial de notícias Nova China.
A notícia foi divulgada no dia em que foi anunciada a data de 8 de novembro para início o congresso do partido que vai oficializar a mudança para uma nova geração de líderes. Isso indica que houve um acerto entre as diferentes facções do PC para suavizar uma transição que é sempre difícil num regime fechado e poderoso - e Bo foi sacrificado.
Sua mulher, Gu Kailai, foi condenada à morte com direito a suspensão da pena pelo assassinato do empresário britânico Neil Heywood, que seria responsável pelos negócios internacionais do casal, no maior escândalo político em três décadas na China. Seu vice e chefe de polícia em Xunquim, Wang Lijun, pegou 15 anos de cadeia pelo mesmo crime.
Até hoje, Bo só havia sido acusado por "sérias infraçcões disciplinares". Como expoente da linha dura e por ser um principezinho, filho de um dos líderes da revolução comunista, acreditava-se que ele poderia receber punições menores e não ir para a cadeia. Mas Bo terá de responder por abuso de poder e aceitar grandes propinas, entre outros crimes, informa a agência de notícias Reuters.
"As ações de Bo Xilai tiveram repercussões graves e causaram enorme prejuízo à reputação do partido e do Estado, produzindo efeitos malignos no país e no exterior", acusa a nota distribuída pela liderança do PC, reproduzida pela agência Nova China.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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