Em discurso agora na Assembléia Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comparou o Irã à rede terrorista Al Caeda, acusando-os de propagar uma ideologia assassina que na sua opinião lembra o nazismo. Ele previu que a república islâmica terá uma bomba atômica em menos de um ano, se não for ameaçada com um ultimato para parar de enriquecer urânio.
"A questão não é quando esse fanatismo será derrotado, é quantas pessoas serão mortas até lá", afirmou Netanyahu.
Para o líder direitista israelense, "o Irã com armas nucleares seria o mesmo que Al Caeda com armas nucleares. Quem acredita que seria possível conter um Irã com armas nucleares como foi possível conter a União Soviética comete um grande erro". Os soviéticos seriam racionais; os extremistas islâmicos, fanáticos irracionais.
"Dizer que um Irã com armas nucleares vai estabilizar o Oriente Médio é o mesmo que dizer que Al Caeda com armas nucleares seria capaz de garantir a paz no mundo", argumentou o primeiro-ministro de Israel.
Netanyahu acrescentou que há sete anos a sociedade internacional tenta negociar uma solução pacífica para a questão nuclear iraniana através de negociações diplomáticas e da imposição de sanções, na sua opinião, sem sucesso. Nesse meio tempo, o Irã teria dobrado o número de centrífuga usadas para enriquecer urânio.
"A única maneira pacífica de evitar que o Irã tenha a bomba atômica é colocar uma linha vermelha", impondo um limite além do qual o país poderá ser alvo de uma ação militar, propôs o chefe de governo de Israel. "Linhas vermelhas não causam guerras, evitam guerras".
Enquanto acumula urânio enriquecido que pode virar carga de bomba atômica, o Irã pode desenvolver em meses o gatilho para armas atômicas. "A única maneira de evitar que o Irã faça a bomba é evitar que tenha urânio suficiente", declarou Netanyahu, mostrando um gráfico para alegar que 70% do processo já estão concluídos.
Esses dados, garantiu, foram tirados de relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e não de relatórios de serviços secretos que possam despertar suspeitas. "Estou convencido de que estabelecer uma linha vermelha seria a melhor solução. Diante de um ultimato, o Irã recuaria, dando mais tempo à diplomacia e às sanções", sustentou o primeiro-ministro.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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