A China acusou hoje o Japão de roubar um arquipélago disputado entre os dois países depois que o governo japonês comprou as três das oito ilhas Senkaku, que os chineses chamam de Diaoyu, por US$ 30 milhões.
O governo do primeiro-ministro Yoshihiko Noda alega que comprou as ilhas para evitar que o prefeito direitista de Tóquio, Shintaro Ishihara, o fizesse. Isso poderia agravar o conflito com a China. Ishihara planeja explorar as ilhas, o que aparentemente não está nos planos do governo central japonês.
Numa demonstração de força, observa o jornal The New York Times, a China enviou dois navios-patrulha da Marinha para as ilhas, como costuma fazer no Mar da China Meridional, onde têm disputas com o Vietnã, as Filipinas, a Malásia, Brunei e Taiwan, está última considerada pelo regime comunista chinês como uma parte desgarrada do país.
Na recente visita da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, a Beijim, na semana passada, a China acusou os Estados Unidos de se meter em suas "disputas territoriais legítimas".
A irresistível ascensão da China já mudou o xadrez político mundial, mas sua postura cada vez mais agressiva na defesa de direitos que considera históricos, de um passado em que era o centro do mundo na Ásia, aumenta a importância da presença militar dos EUA no Leste da Ásia.
Há poucos meses, o presidente Barack Obama anunciou que os EUA concentrarão mais poderio militar no Oceano Pacífico do que no Atlântico. A China não gostou.
"O Pacífico é suficientemente grande para nós todos", respondeu Hillary.
Mais do que disputas territoriais, estes atritos fazem parte da ascensão da China à condição de superpotência e o declínio relativo dos EUA, que devem ser ultrapassados entre 2020 e 2030 como maior economia do mundo, mas devem continuar sendo a maior superpotência militar do planeta.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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