Al Caeda na Península Arábica, um dos principais ramos da rede terrorista criada por Ossama ben Laden, reivindicou a responsabilidade pelo ataque contra o Consulado dos Estados Unidos em Bengázi, a segunda maior cidade da Líbia, no dia 11 de setembro de 2012, quando o embaixador Christopher Stevens e três assessores foram mortos.
Em nota, a rede terrorista declarou que foi uma vingança pela morte do subcomandante d'al Caeda, Abu Yahya al-Libi, e pediu aos militantes que continuem os ataques até o fechamento de todas as embaixadas americanas em países muçulmanos.
Uma onda de protestos varre o mundo islâmico por causa da Inocência dos Muçulmanos, um filme de quinta categora produzido nos EUA para ridicularizar o profeta Moamé e sua religião. Hoje a violência chegou ao Reino Unido e à Austrália, dois importantes aliados dos EUA. Mas o ataque ao consulado em Bengázi com metralhadoras e lança-foguetes não parecia uma manifestação espontânea, mas uma ação organizada.
Al-Libi era líbio. Ao reconhecer sua morte, o atual líder da rede terrorista, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri pediu aos líbios que o vingassem. Como o país está cheio de grupos armados desde a revolta que acabou com a ditadura do coronel Muamar Kadafi há um ano, há uma grande quantidade de armas nas mãos da população.
Em entrevista à TV americana CNN, o ex-porta-voz do Departamento de Estado no governo Bill Clinton, James Rubin, observou que a rede terrorista é forte no Iêmen, para onde seus militantes foram para fugir da repressão na Arábia Saudita, e também na Argélia, no Máli e no Níger, mas não na Líbia. Mas admitiu a existência de grupos radicais que seguem a ideologia assassina de Ben Laden.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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