segunda-feira, 3 de setembro de 2012

"Amo a Rússia, mas odeio Putin", diz roqueira presa

Ela está presa na chamada Bastilha de Moscou, mas não se rendeu. A líder da banda de rock Pussy Riots, Nadejda Andreievna Tolokonikova, foi condenada há dois anos de cadeia por gravar uma canção de protesto na Catedral do Cristo Salvador pedindo a Nossa Senhora "livrai-nos de Putin", o homem-forte da Rússia.

Atrás das grades do Centro de Detenção Prejulgamento nº 6, o único para mulheres na capital russa, mais conhecido como Bastilha, em referência à prisão tomada pelo povo no início da Revolução Francesa de 1789, a roqueira de 22 anos promete continuar "a luta por nossos ideias e valores". Nadejna desafia o ditador: "Não sou eu, mas as autoridades que devem ter medo".

Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, Nadejna Andreievna considerou "suportável" a Bastilha de Putin: "É uma prisão russa, com todo o seu charme soviético. Houve algum progresso, mas o sistema prisional é um misto de quartel e hospital. Somos acordados às seis da manhã, tomamos café e vamos para o pátio. No resto do dia, eu escrevo ou leio. Hoje, por exemplo, li a Bíblia e o filósofo marxista esloveno Slavoj Zizek. A falta de liberdade de movimento não constrange a liberdade de pensamento."

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