sábado, 15 de setembro de 2012

Futuro líder chinês reaparece após duas semanas

Depois de um sumiço de duas semanas que gerou uma onda de boatos, o vice-presidente Xi Jinping, apontado como futuro líder do Partido Comunista e próximo presidente da China, reapareceu. Ele não era visto desde 1º de setembro. Hoje foi à Universidade Rural de Beijim para a Jornada Nacional para Popularizar a Ciência.

Os rumores sobre mais um golpe na luta interna pelo poder no regime comunista proliferaram na Internet chinesa quando Xi desmarcou encontros com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e a primeira-ministra da Dinamarca.

No 18º Congresso do partido, em outubro de 2012, Xi Jinping deve ser consagrado como secretário-geral do PC, em substituição ao presidente Hu Jintao, numa mudança da liderança do partido e do governo que acontece a cada dez anos. É uma transição que o regime comunista chinês tenta institucionalizar desde 1992 para evitar as violentas lutas pelo poder que marcam a História da China desde o passado imperial.

A luta continua. Em março de 2012, o alto dirigente Bo Xilai, maior expoente em ascensão da linha dura maoísta, caiu em desgraça. Ele era membro do Politburo do Comitê Central do PC, de 25 membros. Sonhava em ser eleito para o Comitê Permanente, que terá sete de seus nove membros mudados no congresso do partido. Sua mulher foi condenada por assassinato, mas ele não foi processado. Foi uma concessão à linha dura.

Os maoístas se sentem como dissidentes do atual regime. Ganharam com a crise mundial do capitalismo inspirado pelos Estados Unidos. Resistem, por exemplo, às privatizações, que podem ser uma opção para revigorar a economia chinesa e reverter o declínio nas taxas de crescimento.

Com a luta do poder em plena marcha longe do público, sem qualquer transparência, o desaparecimento do vice-líder a caminho do poder intrigou meio mundo. Até quando a China vai aguentar isso? Até a primeira crise econômica séria. Aí o monopólio de poder do PC será questionado.

O caminho para uma mudança suave é uma reforma política que o regime se recusa a fazer para não ceder seu poder absoluto. Mais cedo ou mais tarde, terá de fazer.

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