Diante da onda de protestos contra o Japão e seus empresas por causa da disputa em torno das ilhas Senkaku, que os chineses chama de Diaoyu, empresas japonesas estão suspendendo temporariamente suas atividades na China.
A Canon parou três fábricas, a Panasonic outras duas, enquanto 40 das 151 lojas da rede 7-11 em Beijim foram fechadas. O mesmo fez o grupo Fast Retailing, dono da marca Uniqlo.
Na semana passada, o Japão anunciou a compra de três das oito ilhas de seus proprietários privados. Foi uma jogada do governo japonês para impedir que o prefeito linha-dura de Tóquio as comprasse para construir, o que irritaria ainda mais os chineses.
Depois de enviar duas fragatas de sua Marinha de guerra, a China anunciou hoje que mil barcos pesqueiros seguem rumo às ilhas.
Numa ditadura militar, a possibilidade de protestar contra o vizinho e inimigo histórico serve como válvula de escape, mas o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, pediu "calma e contenção" ao iniciar em Tóquio uma visita ao Leste da Ásia. Nesta segunda-feira à noite ele chegou a Beijim.
Nesta terça-feira, um novo elemento aumenta a tensão bilateral. A China lembra os 81 anos do Incidente da Mandchúria, quando o Exército Imperial do Japão colocou uma bomba numa estrada de ferro e usou o caso como pretexto para invadir o Nordeste da China em 1931, num início antecipado da Segunda Guerra Mundial na Ásia.
São os maiores protestos antijaponeses na China desde 2005, quando pelo menos 10 mil manifestantes marcharam na cidade de Xangai e atacaram restaurantes e carros japoneses diante da complacência da polícia.
Ao mesmo tempo, os dois países aumentaram suas relações econômicas. Em 2011, o comércio bilateral chegou a US$ 347 bilhões.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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