O presidente Barack Obama ampliou sua vantagem sobre o candidato republicano, Mitt Romney, em três estados-chaves na eleição presidencial de 6 de novembro de 2012 e já é considerado mais confiável para gerir a economia do país, mas a Casa Branca teme o desgaste causado pelos ataques a embaixadas dos Estados Unidos.
Pela primeira vez desde a morte de Ossama ben Laden, em 1º de maio de 2011, a popularidade do presidente americano superou os 50%, chegando a 51% na última pesquisa do jornal The New York Times e da rede de televisão CBS. Com os americanos mais otimistas, Obama foi considerado mais capaz de administrar a crise e gerar empregos.
A suposta superioridade de Romney, um empresário milionário, na gestão da crise é o principal argumento da campanha republicana. Nesta pesquisa, eles estão em empate técnico levando-se em conta a margem de erro. Obama tem 49% e Romney 46%.
Outra pesquisa, do Instituto Marista para o Wall St. Journal e a rede de televisão NBC, também deve preocupar o ex-governador de Massachusetts. Entre os prováveis eleitores, Obama lidera por sete pontos percentuais em Ohio e cinco pontos na Flórida na Virgínia.
Como o apoio ao presidente nestes estados está perto de 50%, Romney tem de roubar candidatos que no momento estão pensando em votar em Obama. Na história recente, nenhum republicano conquistou a Casa Branca sem ganhar em Ohio.
Alguns resultados da pesquisa dão esperança ao oposicionista. Romney está na frente de Obama entre os eleitores independentes em Ohio e na Virgínia, e conquistou uma parcela maior do eleitorado branco do que o senador John McCain em 2008.
Se Obama repetir as vitórias nestes três estados-chaves, onde ganhou há quatro anos, terá uma vantagem insuperável no Colégio Eleitoral que elege o presidente dos EUA. Não precisará vencer no Colorado, em Iowa e no Novo México.
Um problema para Obama é a onda de ataques contra embaixadas e consulados dos EUA deflagrada pela divulgação na Internet de cenas do filme Inocência dos Muçulmanos, ofensivo ao islamismo e ao profeta Maomé. A situação já é comparada à ocupação da embaixada americana em Teerã depois da Revolução Islâmica no Irã.
Em 4 de novembro de 1979, guardas revolucionários tomaram a embaixada e sequestraram 52 pessoas. A ocupação durou 444 dias. Ajudou a derrotar o presidente Jimmy Carter na eleição de 1980. Só acabou com a posse de Ronald Reagan, em 20 de janeiro de 1981.
Esta sensação de impotência diante da crise enfraquece o presidente dos EUA, mas o país não tem alternativa a não ser manter seu engajamento com os países árabes para tentar manter alguma influência, ainda que marginal, nos regimes democráticos nascidos da Primavera Árabe.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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Parabens pelo artigo.
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