terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sumiço de Xi Jinping gera boatos na China

O  desaparecimento do vice-presidente Xi Jinping, que deveria suceder Hu Jintao no fim deste ano como líder do Partido Comunista e presidente da China, estimula especulações sobre a luta pelo poder dentro o regime depois da queda espetacular de Bo Xilai, que a maior estrela em ascensão da linha dura saudosa da era maoísta.

A explicação oficial é que ele estaria doente, mas essa sempre foi uma desculpa clássica de regimes comunistas para justificar o afastamento inesperado de altos dirigentes.

Na semana passada, Xi faltou a três compromissos oficiais, inclusive encontros com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e a primeira-ministra da Dinamarca.

Alguns diplomatas ouviram dizer que ele sofreu uma lesão muscular nadando ou jogando futebol. Uma reportagem que chegou a sair na mídia, mas foi retirada, dizia que ele se feriu num acidente de automóvel em que um militar teria tentado matá-lo em vingança. Outra versão fala de um ataque cardíaco suave, informa o jornal The New York Times.

É mais um problema para uma transição que acontece de dez em dez anos na China, um sistema criado pelo ex-líder Jiang Zemin, que ascendeu depois do Massacre da Paz Celestial. Jiang era líder do PC em Xangai, a maior e mais rica cidade chinesa, onde não houve protestos como em Beijim.

Se o objetivo era passar ao povo chinês e ao resto do mundo uma imagem de estabilidade e segurança, esta transição, que envolve a queda espetacular de Bo Xilai e a condenação de sua mulher por assassinato de um empresário britânico, teve o efeito contrário. Revelou uma ditadura com uma cúpula cercada de privilégios e mistérios.

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