O ex-chefe de polícia da cidade e da província de Xunquim sob a liderança do ex-dirigente comunista Bo Xilai, Wang Lijun, que na prática era vice-prefeito e vice-governador, foi denunciado hoje pela Justiça da China de abuso de poder, corrupção e defecção. Não foi acusado de traição, geralmente punida com a pena de morte.
Wang colaborou com a mulher de Bo, Gu Kailai, na conspiração matar o empresário britânico Neil Heywood, em novembro de 2011, mas acabou gravando uma confissão de Gu, que entregou às autoridades chinesas em fevereiro de 2012, depois de se refugiar no Consulado dos Estados Unidos em Chengdu.
Em março deste ano, Bo, estrela em ascensão da linha dura saudosa do maoísmo, foi afastado da liderança do Partido Comunista em Xunquim por "graves violações disciplinares", mas não foi acusado de nenhum crime. Em abril, Bo perdeu todos os outros cargos.
Bo Xilai era membro do Politburo, de 25 membros, o órgão encarregado de formular as políticas do partido. Sonhava em ser elevado para o Comitê Permanente do Politburo, formado por nove líderes, os chamados nove imperadores que governam a China de fato.
"Para manter a unidade do PC" neste ano difícil de escolha dos dirigentes que devem dominar a política chinesa nos próximos dez anos, "porque Bo Xilai tem apoios poderosos, o presidente Hu Jintao teria decidido tratá-lo com leveza", declarou o analista Willy Lam, professor da Universidade Chinesa de Hong Kong, citado pelo jornal The New York Times.
Hu deixa no fim do ano a liderança do partido. Deve ser substituído pelo vice-presidente Xi Jinping, que no próximo ano assume também a Presidência da China. Talvez Hu mantenha a presidência da comissão militar do comitê central, que supervisiona o Exército Popular de Libertação. Era o único cargo de Deng Xiaoping, que era o dirigente máximo do país, mas formalmente não tinha nenhum outro cargo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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