O regime comunista da China dá início hoje a seu maior julgamento político desde 1981, quando a Gangue dos Quatro, à qual pertencia a viúva de Mao Tsé-tung, Jiang Ching, foi condenada por atividades antipartidárias durante a Revolução Cultural (1966-76). Hoje, está no banco dos réus Gu Kailai, mulher do ex-dirigente comunista Bo Xilai, acusada de assassinar um empresário britânico.
Em nota, o tribunal informou que o julgamento está encerrado, mas ainda chegou a um veredito.
Bo era a maior estrela em ascensão da linha dura do Partido Comunista da China, quando foi afastado, em março de 2012, da chefia do PC na cidade de Xunquim. Em abril, ele foi expurgado de todos os cargos que tinha no partido, onde era um dos 25 membros do Politburo.
Seu sonho era chegar ao Comitê Permanente do Politburo, formado pelos chamados nove imperadores que governam a China de fato, em eleições internas previstas para o fim do ano.
A queda espetacular de Bo Xilai é um dos temas mais importantes nas redes sociais chinesas, rigidamente controladas pela ditadura. Tanto ele quanto a mulher são filhos de altos dirigentes do partido, parte da aristocracia comunista.
Para abafar o julgamento, o processo corre em Hefei, uma pequena cidade do interior, distante dos grandes centros, com o objetivo de apresentar a morte de Neil Heywood como um episódio isolado, sem maior relação com a disputa de poder interna no partido e no governo. Ele seria um dos operadores das transações internacionais ilícitas do casal.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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