domingo, 12 de agosto de 2012

Presidente demite ministro da Defesa do Egito

Em uma manobra ousada na luta pelo poder no Egito, o presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, demitiu o ministro da Defesa, marechal Mohamed Hussein Tantawi, e seu subcomandante, general Sami Anan. Também retirou os poderes legislativos do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), que Tantawi presidia.

Os militares governam o Egito desde que a Revolução dos Coronéis, liderada por Gamal Abdel Nasser, derrubou a monarquia, há 60 anos. Sempre viram os partidos muçulmanos como inimigos de sua república secularista inspirada pela que Mustafá Kemal Ataturk construiu na Turquia depois do desaparecimento do Império Otomano, no fim da Primeira Guerra Mundial.

Durante os 30 anos em que governou o Egito ser derrubado por uma revolta popular em 11 de fevereiro de 2011, o ditador Hosni Mubarak acenou com a ameaça de que a única alternativa era o extremismo muçulmano. A Irmandade, considerada islamita moderada, venceu as eleições parlamentares e presidencial.

Diante da vitória dos partidos religiosos, o Supremo Tribunal anulou parcialmente o resultado das eleições parlamentares, dissolveu a Assembleia Nacional e transferiu todos os poderes legislativos para o CSFA.

Mursi tentou reinstautar o Parlamento. Agora, reafirmando o mandato recebido nas urnas nas primeiras eleições democráticas em 6 mil anos de História do Egito, passa para a reserva o marechal Tantawi, ministro da Defesa desde 1991, que já foi conhecido como o Poodle de Mubarak.

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